"A Natureza
(descontemos as conotações negativas que a palavra pode envolver ao nível da
formulação artística) é, na verdade, um meio infinitamente vasto em
exemplificações estimulantes para a nossa vida criativa. Os contactos visuais (...) dão-nos a abertura suficiente para compreendermos a
extensão do mundo das texturas ao nível dos corpos naturais. A partir daí, é
possível estabelecer de imediato um largo mostruário de texturas naturais, criando
portanto uma ordem referenciadora desse tipo de caracterização das matérias.
Se é verdade
que a nossa capacidade criativa, em domínios como o da linguagem pictórica ou
da linguagem escultórica, acontece numa densa correlação com o nosso empenho
visual e com a experimentação consequente das matérias plásticas, isso quer
dizer que a base de contacto com o mundo natural não pode ser alienada sob pena
de retirarmos ao nosso espírito potencialidades fundamentais. No caso das
texturas, como noutros, há toda uma aprendizagem a fazer segundo o percurso
(didáctico) observação-representação. Opera-se aí uma transferência que implica
o uso criterioso dos meios de representação. A passagem de uma textura natural
para os campos gráficos, pictórico ou escultórico pressupõe um trabalho
selectivo de pontos, sinais, linhas, cristas, incisões, cropúsculos cromáticos,
etc. Cria-se assim um conjunto de referências plásticas
(vocabulares) que nos garantem o reconhecimento da aparência textual das
matérias – e a sabedoria consubstanciada nesse trabalho de representação
permite-nos abordar com maior eficácia o domínio da criação de texturas
artificiais. Consideramos preferencial o método assim descrito de abordagem
deste factor."
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Raquel C. |
Joana
Marta S.
Alexandra
Carlos S.
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